Se você é do meio acadêmico já deve ter notado a quantidade de eventos científicos que acontecem todos os anos, nas mais diversas áreas. Congressos, seminários, workshops… Tem de praticamente todos os temas, em todas as áreas.
Você sabia que esses eventos começaram há bastante tempo? Pois é, eles nasceram da necessidade de comunicação entre os cientistas. Antigamente, essa interação era feita por meio de cartas e da participação em reuniões científicas, visando conhecer as principais pesquisas e atividades que estavam sendo realizadas na área.
De acordo com Ansarah (2000), o primeiro congresso oficialmente registrado foi o Concílio de Nice, em 325 d.C, seguido do Concílio de Constantinopla, em 381 d.C.
Hoje, existem vários tipos diferentes de eventos científicos. Confira como funcionam os principais:
Congresso: consiste em um encontro de entidades de classe ou associações para a apresentação de conferências. Podem ser científicos ou técnicos.
Seminário: encontro de um grupo de estudos que reúne debates de assuntos apresentados pelos participantes. É uma exposição oral para acadêmicos que tenham conhecimento prévio do tópico a ser debatido. É dividido em três partes: exposição, discussão e conclusão.
Curso: grupo de matérias apresentadas em aulas, conferências ou palestras.
Mesa-redonda: encontro de especialistas para a discussão de um tema. Conta com a moderação de um coordenador, responsável por manter o debate em torno do tema principal.
Simpósio: encontro iniciado por uma classe técnica, artística ou científica para debater temas ligados a um assunto específico.
Conferência: preleção pública sobre assunto técnico, artístico, científico ou literário. O conferencista apresenta um tema escolhido antecipadamente, por um tempo determinado. Depois, responde às perguntas do auditório.
Fórum: reunião menos técnica, visando conseguir um público numeroso, que deve ser motivado.
Mas por que esses encontros são tão importantes?
Durante os seminários, congressos, simpósios e workshops, os pesquisadores têm a oportunidade de apresentar seus trabalhos, e os demais participantes podem se manter atualizados em relação às inovações da área.
Os eventos ou encontros científicos são uma fonte essencial para quem busca novos conhecimentos. Eles permitem o enriquecimento do saber acadêmico, pois reúnem profissionais, especialistas, estudantes e vários grupos com interesses em comum. São uma forma ímpar de trocar informações e ampliar a cultura e formação.
Podem existir diversas atividades acontecendo ao mesmo tempo em um evento científico. Os participantes podem escolher entre palestras, minicursos e mesas-redondas, por exemplo. É um ótimo espaço de interação entre os pesquisadores e estudantes.
Além disso, a maioria dos eventos possibilita a publicação de todos os trabalhos e pesquisas apresentadas. Esse ponto é fundamental para a divulgação do conhecimento científico. É uma forma de estimular a produção científica. Para fazer essa publicação, é necessário registrar o evento.
Quem apresenta seus trabalhos e pesquisas em eventos científicos ainda tem como vantagem o aperfeiçoamento. Afinal, ao serem expostos, os trabalhos são apreciados e recebem sugestões de melhoria e atualizações. Assim, a repercussão e a qualidade do trabalho ganham outro nível.
Uma vantagem para os estudantes universitários é o certificado! Sim, sabe aquele desespero na hora de colar grau porque faltam horas complementares? Ao participar de eventos científicos o aluno agrega horas à integralização curricular, além de dar uma levantada no currículo profissional.
Aumento da produção científica no Brasil
A importância dos eventos científicos é notada ainda quando se faz a análise os dados da produção científica brasileira. Nas últimas duas décadas, a produção cresceu exponencialmente.
Enquanto em 1998 os pesquisadores publicaram 11.839 artigos, esse número saltou para 41.990 em 2008. E em 2014, o Brasil atingiu a marca de 67.064 publicações científicas.
O levantamento foi feito pelo biólogo Marcelo Hermes-Lima, da Universidade de Brasília, a partir de uma base de dados da Scimago. Confira no gráfico abaixo:
Impacto dos eventos na economia
Com o avanço da educação e da crescente produção científica, o número de eventos é crescente. Eles movimentaram R$ 33 bi em 2013, de acordo com estudo encomendado pelo Sebrae Nacional e a Associação Brasileira de Empresas de Eventos (Abeoc).
O turismo é um setor da economia que se beneficia muito dos eventos científicos. Os hotéis e resorts, em especial, têm nos eventos acadêmicos uma importante fonte de receita.
O mercado de hospedagem sente de maneira mais intensa o impacto econômico dos eventos científicos. A realização de congressos e simpósios acadêmicos ajudam os hotéis a combaterem a sazonalidade. Afinal, a maioria dos eventos é realizada na baixa temporada de lazer, o que ajuda a manter a taxa de ocupação dos hotéis elevada.
De acordo com o II Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos no Brasil, o turista de eventos geralmente tem maior poder aquisitivo, e gasta em média mais do que o turista de lazer.
Deu para perceber que a importância dos eventos científicos está aumentando, não é mesmo? E para se destacar, é preciso caprichar na organização e nas facilidades oferecidas aos participantes. Para isso, conte com a gente!
REFERÊNCIAS
SILVEIRA, Manuella Borges; de OLIVEIRA, Jonice Strozzi. Eventos na Área da Saúde: a importância da realização de eventos científicos para a atualização da classe médica. Disponível em: . Acesso em: 9 mar. 2018.
http://www1.folha.uol.com.br/ciencia/2017/10/1927163-brasil-aumenta-producao-cientifica-mas-impacto-dos-trabalhos-diminui.shtml
http://pireseassociados.com.br/impacto-eventos-tecnico-cientificos-hoteis/