Imagine a seguinte situação: você fez um trabalho do zero. Pesquisou, leu, reuniu informações e, depois de muito esforço, criou e publicou um artigo original. Um tempo depois você descobre que ele está sendo copiado e outras pessoas estão recebendo crédito pelo seu esforço. Ou seja, você foi vítima de plágio!
Não seria nada legal, não é mesmo?
O plágio é um problema sério nos trabalhos científicos. Se você já foi plagiado, sabe como a sensação é horrível. Alguns alunos e pesquisadores copiam outros autores intencionalmente, mas também é possível cometer plágio sem querer.
De qualquer forma, não seria bom para a sua reputação ser acusado de copiar outra pessoa. Por isso, vale a pena entender melhor o que é o plágio. Então continue lendo!
O que é plágio?
O ato de plagiar consiste em copiar ou assinar um texto, música, foto, trabalho, como se fosse seu, quando na verdade ele pertence ou possui partes do trabalho ou ideias de outra pessoa.
De acordo com o professor Lécio Ramos, citado por Garschagen (2006), o plágio pode acontecer de três formas:
1) Integral: cópia de um trabalho na íntegra, sem créditos ao autor.
2) Parcial: parágrafos ou frases soltas de um ou mais autores sem citação das fontes.
3) Conceitual: uso de ideias ou da essência de alguma obra com algumas mudanças em relação à obra original.
É considerado plágio o desrespeito aos direitos autorais independentemente de registro da obra!
Essa atitude não é bem vista em nenhum ambiente, seja no acadêmico, jornalístico, artístico, etc. E não se trata apenas de uma prática antiética. O plágio é considerado crime previsto em lei no Código Penal Brasileiro, no artigo 184:
Violar direitos de autor e os que lhe são conexos: (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
Pena – detenção, de 3 (três) meses a 1 (um) ano, ou multa (Redação dada pela Lei nº 10.695, de 1º.7.2003)
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Consequências do plágio
No Brasil, a Lei 9.610/1998 trata do direito autoral. Em muitos de seus artigos são determinadas as consequências para quem comete plágio. Veja:
Art. 103 – Quem editar obra literária, artística ou científica, sem autorização do titular, perderá para este os exemplares que se apreenderem e pagar-lhe-á o preço dos que tiver vendido.
Art. 106 – A sentença condenatória poderá determinar a destruição de todos os exemplares ilícitos, bem como as matrizes, moldes, negativos e demais elementos utilizados para praticar o ilícito civil, assim como a perda de máquinas, equipamentos e insumos destinados a tal fim ou, servindo eles unicamente para o fim ilícito, sua destruição.
Basta uma pesquisa rápida no Google Notícias para verificar algumas das consequências deste crime. Em 2011, por exemplo, um professor da USP foi demitido por liderar um estudo com trechos de outro trabalho. A pesquisadora que também desenvolveu a pesquisa e foi responsável pelo plágio teve o título de doutorado cassado!
Além das consequências penais, a perda maior certamente é a da credibilidade. Como ficará o seu nome diante do meio científico se você receber uma acusação de plágio?
Preze sempre pelo compartilhamento ético e honesto do conhecimento, valorizando o trabalho alheio.
Como evitar o plágio?
Todo trabalho científico precisa ter referências. Alguns têm até um número mínimo de referências a serem utilizadas. E, ao estudar muito algum tema sob a ótica de diferentes autores, gravamos algumas informações e as citamos no texto, às vezes esquecendo de citar o autor da ideia.
Para evitar rescrever ideias de outros autores sem dar o devido crédito, existem algumas estratégias. A principal é utilizar apenas as citações permitidas pela ABNT quando quiser citar o texto de outros autores no seu trabalho. Já falamos sobre elas no texto com 8 passos para fazer um trabalho científico. Mas é sempre válido lembrar.
• A citação direta é a cópia na íntegra do que foi escrito por outra pessoa. Ela deve estar entre aspas e estar seguida pelo nome do autor, ano e página da obra ou site utilizado como fonte.
• A citação indireta é quando você faz uso das ideias de outra pessoa com suas próprias palavras. Ainda assim, este tipo de citação deve estar seguido pelo nome do autor entre parêntesis.
Outra dica importante é sempre anotar as informações com suas respectivas referências enquanto estiver fazendo a revisão bibliográfica. Assim você poderá usá-las posteriormente sem correr o risco de não citar a fonte.
Além disso, tome muito cuidado com o CTRL + C e CTRL + V! Só faça uso deste recurso se você for fazer uma citação direta.
Atenção! Não se esqueça de incluir um tópico intitulado “referências” ou “bibliografia” ao final do seu trabalho. É imprescindível que lá você acrescente absolutamente TODAS as referências de todos os livros, sites, citações, arquivos, trabalhos e pesquisas que aparecem no seu texto, de forma direta ou indireta.
Como cuidado nunca é demais, utilize ainda ferramentas como a NoPlag e a Plagium para conferir se há algo duplicado em seu texto.
Com essas dicas seus trabalhos ficarão livres de plágio!
REFERÊNCIAS
GARSCHAGEN, Bruno. Universidade em tempos de plágio. S.d. Disponível em: <http://www.fev.edu.br/canais/docentes/publica/principal.php?pr=1399&nt=54>. Acesso em: 13 mai. 2018